Uma irreverência entre a memória e a saudade


Há um fio ténue que liga a memória com a saudade. Chamei-lhe irreverência porque ele se move constantemente e em todas as direcções fazendo-me lembrar o vento que, vindo do mar, me afaga desde que nasci...


quinta-feira, 8 de setembro de 2011

ESPERA

Espero por ti
Na janela da casa,
no areal extenso da praia,
no cimo da montanha
na margem do rio.

Umas vezes
Fantasio a tua chegada
Como a dos cavaleiros medievais
Salvando a sua dama
Abandonada na torre.


Outras adivinho-te nos passos
Que se pressentem na rua
Nos carros que chiam ao travar
E nas vozes em surdina.
Esperar por ti apenas para te ver
É o meu fado.
Quanto daria para que essa espera
Fosse para te amar
Mesmo em pecado.


SS

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