Uma irreverência entre a memória e a saudade


Há um fio ténue que liga a memória com a saudade. Chamei-lhe irreverência porque ele se move constantemente e em todas as direcções fazendo-me lembrar o vento que, vindo do mar, me afaga desde que nasci...


sexta-feira, 4 de abril de 2008

DESPERTA-ME DE NOITE

Desperta-me de noite O teu desejo Na vaga dos teus dedos Com que vergas O sono em que me deito É rede a tua lingua Em sua teia É vicio as palavras Com que falas A trégua A entrega O disfarce E lembras os meus ombros Docemente Na dobra do lençol que desfazes Desperta-me de noite Com o teu corpo Tiras-me do sono Onde resvalo E eu pouco a pouco Vou repelindo a noite E tu dentro de mim Vais descobrindo vales. Maria Tereza Horta

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