Uma irreverência entre a memória e a saudade


Há um fio ténue que liga a memória com a saudade. Chamei-lhe irreverência porque ele se move constantemente e em todas as direcções fazendo-me lembrar o vento que, vindo do mar, me afaga desde que nasci...


sábado, 31 de maio de 2014

O MEU ESPAÇO


Regresso do passado
no exame diário do meu presente…
E eu,
que dizem agente de futuros imprevisíveis,
sinto-me moldada numa imagem irreal
por quem julga que o meu tempo é indistinto
entre o viver e o realizar-me num dever imposto.
Sou fruto do que ficou para trás,
de gerações que não conheci, nem senti
e cuja herança transformo, em cada dia,
no muito, pouco ou nada
de tudo quanto dou e que recebo.

São meus os pensamentos e o querer
que florescem livres, sem medos nem limites
a cada estação que passa…
E sou feliz,
mesmo quando mal me querem,
porque bem me quero
no espaço que escolhi.

IL
 

 

Sem comentários: